Lobão não tem razão. Nem Perry Farrell

Na última semana, houve uma grande polêmica entre Lobão e os organizadores do Lollapalooza Brasil. De acordo com o cantor, os brasileiros teriam que tocar entre 10h e 15h, enquanto as atrações internacionais ficaram com os melhores horários do festival.

Em um vídeo, Lobão colocou seu ponto sobre a questão e propôs um boicote das bandas brasileiras, pois existe uma lei que exige uma determinada cota de atrações nacionais para que um festival seja realizado.

No Brasil para anunciar o line-up do LollaBrasil, Perry Farrell, vocalista do Jane’s Addiction e principal organizador do festival, respondeu o brasileiro e deu algumas entrevistas sobre o assunto.

Lendo tudo que foi dito, entre notas e mais notas das três partes (a GEO Eventos, parceira de Farrell no festival, também se manifestou) fica claro que as partes apenas tentaram defender seu lado, mas acabaram cometendo grandes exageros.

Lobão sabe muito bem que não haverá um boicote das bandas que foram convidadas, porque o Lollapalooza é um festival top do mundo e ter a oportunidade de tocar em um evento desse porte, ainda mais para algumas bandas do cenário nacional, não pode e não deve ser recusado nunca. E querer que o festival não aconteça é um desrespeito com quem quer ver Foo Fighters e Arctic Monkeys, por exemplo, que são bandas que demoram em tocar no Brasil.

Mas o Perry Farrell também está errado nessa. Ao dizer que o Lollapalooza vai trazer a cultura de festivais para o Brasil, ele se mostrou desinformado sobre o que vem acontecendo nos últimos tempos por aqui (SWU, Planeta Terra e Rock in Rio aconteceram só em 2011) e ao pensar que ele vem como “salvador dos festivais” mostrou aquela velha arrogância norte-americana de “nós somos bons e o resto é merda”.

Se um dia Caetano cantou “Lobão tem Razão”, hoje ele poderia mudar para “Lobão não tem Razão e o Perry Farrell também não”. Espero que tudo se resolva e que a primeira edição do Lollapalooza no Brasil seja um grande sucesso.


Comentários